Vai da muito o que falar: Maduro vai à China, quer entrar nos Brics e fala com Dilma
12 set 2023 - Destaque / PolíticaO ditador da Venezuela está em viagem oficial de seis dias pelo país asiático, onde disparou contra ‘velhos colonialismo e imperialismo’
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, começou na última sexta-feira (8) uma visita oficial de seis dias de duração à China, para onde viajou pessoalmente a fim de pedir o apoio de Pequim para entrar no grupo das economias emergentes que formam os Brics
O ditador venezuelano citou o “destino comum” que seu país tem com a China, a “parceria verdadeira”, e ainda se encontrou com a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento dos Brics, a ex-presidente do Brasil Dilma Rousseff, em Xangai. A convite do presidente chinês, Xi Jinping, Maduro ficará no país entre 8 e 14 de setembro
O bloco comercial Brics, integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, aprovou em sua cúpula, em agosto passado, a entrada de seis novos membros. São eles: Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã
Em entrevista à agência estatal chinesa Xinhua, publicada no sábado (9), Maduro explicou que uma das linhas de trabalho da viagem é “o ingresso da Venezuela no grupo, com o apoio da China e apoio de todos os países”. O ditador venezuelano acredita que a China vai ajudar seu país a “conseguir o pedido da Venezuela para, como país com a maior reserva de petróleo do mundo, […] ingressar nos Brics”
“Poderíamos ter um grupo dos Brics ampliado como grande motor de aceleração do processo de nascimento de um mundo novo, de um mundo de cooperação em que o Sul do planeta tenha voz primordial”, sustentou o ditador em entrevista à imprensa estatal chinesa
Maduro sustentou ainda que o grupo teria papel fundamental na diminuição do domínio do dólar americano na economia mundial, o que também é defendido pelo Brasil e pela Argentina. “O mundo do futuro será um mundo de uma gama de moedas, não será o mundo de só uma moeda. Os Brics aceleram a não dolarização do planeta, com o surgimento de um novo sistema financeiro internacional, de uma ordem econômica justa”, disse
Para Maduro, a China e a Venezuela têm pontos em comum e partilham de um “destino comum”, com ambos comprometidos com a paz, o desenvolvimento e a cooperação. “Entre China e Venezuela, há uma relação exemplar”, disse Maduro à agência Xinhua
Maduro conheceu o Centro Experimental da Ilha de Inteligência Artificial de Zhangjian, na cidade de Xangai. “Acredito no elos entre os governantes e as pessoas de China e Venezuela, já que temos confiança mútua, uma fraternidade verdadeira e cooperação para compartilhar o desenvolvimento”, afirmou
Ao falar sobre os avanços bilaterais, Maduro disse que a Venezuela apoia firmemente a China na construção de uma comunidade compartilhada, que respeita a diversidade no mundo de diferentes civilizações
“Acredito que a rota que o presidente Xi Jinping propôs une pessoas em todos os aspectos, seja na economia, negócios, seja na cultura. Ao mesmo tempo, ajuda nos pilares de um mundo que deixa para trás os velhos colonialismo e imperialismo”, disse o ditador
O ditador, em mensagem ao povo chinês, cobrou a criação de um lar para toda a humanidade, “onde possamos reconhecer o outro e trilhar o caminho do desenvolvimento, paz e cooperação”
A China mantém relações estreitas com o governo de Maduro, isolado internacionalmente e que também é um dos seus principais devedores. A visita coincide com o encontro de líderes do G20 na Índia, para a qual o presidente chinês, Xi Jinping, não viajou