Advogada suspeita de matar ex-sogro e a mãe dele mandou mensagem ameaçando ex
22 dez 2023 - Destaque / Cotidiano / PolicialFilho da vítima contou à polícia que já bloqueou mais de 100 números diferentes que o ameaçavam constantemente. O rapaz também era perseguido pelas redes sociais
A advogada Amanda Partata, presa suspeita de matar o ex-sogro e a mãe dele, também é investigada pela prática de ameaça e perseguição contra o ex-namorado, que é filho e neto das vítimas. Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e a mãe dele, de 86, morreram após tomar um suco envenenado oferecido pela suspeita
Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (21), o delegado Carlos Alfama destacou que, em mensagem de texto anônima enviada ao ex-namorado, Amanda disse: “Depois não adianta chorar em cima do sangue deles”.
A advogada foi presa na quarta-feira (20) e negou todos os crimes durante o interrogatório. O g1 pediu um posicionamento à defesa de Amanda, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
As investigações constataram que o relacionamento entre Amanda e o filho de Leonardo durou cerca de 1 mês e meio. Quando o rapaz terminou o namoro, a advogada disse que estava grávida, na tentativa de continuar próxima da família, e foi acolhida, chegando a fazer um chá revelação para a descoberta do sexo do bebê.
Segundo o delegado, ela enviava anonimamente ao filho de Leonardo mensagens como: “Vou matar você e a sua namoradinha”
A polícia diz ter certeza de que os perfis falsos nas redes sociais e as ameaças por mensagem e ligação eram feitas por Amanda.
“A partir de técnicas próprias da polícia e em contato diretamente com a empresa Meta, que é responsável pelo Facebook e Instagram, nós temos essa certeza de que esses perfis eram utilizados pela Amanda […] Nós também descobrimos que os 100 números, que faziam ameaças por SMS e ligação, na verdade se tratava de uma tecnologia que mascara um número original. Esse número original era cadastrado no nome do irmão da Amanda, mas ela, por uma desatenção, colocou o e-mail e número dela como os de recuperação no programa”, explicou o delegado.
Envenenamento
O caso começou a ser investigado na segunda-feira (18), após a morte de Leonardo. Em um boletim de ocorrência, a esposa dele afirma que a ex-nora comprou o doce para um café da manhã com a família. Leonardo, Luzia e a própria mulher comeram durante a manhã de domingo (17). Segundo o delegado Carlos Alfama, Amanda teria comprado biscoito e pão de queijo, suco de uva e bolos no pote.
Cerca de três horas depois do consumo, Leonardo e Luzia começaram a sentir dores abdominais, além de também apresentarem vômitos e diarreia. Mãe e filho foram internados no Hospital Santa Bárbara, em Goiânia, mas os dois não resistiram e morreram ainda no domingo.
Segundo o boletim, Luzia chegou a ser internada na Unidade de Terapia Intensiva, mas o quadro clínico já estava bastante agravado.
A Polícia Cívil explicou que a perícia para determinar a causa da morte está sendo feita por critério de eliminação. Com isso, já foram descartadas as possibilidades de uma doença transmitida pelos alimentos consumidos no dia da morte, intoxicação ou infecção alimentar.
Segundo o delegado Carlos Alfama, o descarte dessas possibilidades foi o que levou à suspeita de envenenamento (assista vídeo acima). “A pessoa ingere alimentos e morre, não foi infecção bacteriana. Qual a outra possibilidade? […] a morte foi por envenenamento”, pontuou o delegado.
No entanto, o perito explicou que ainda não se sabe o que causou o envenenamento das vítimas e nem a forma que elas foram envenenadas.
“Estamos realizando a busca pela substância que estava contida nos alimentos. [No entanto], embora tenham sido coletados os alimentos e o suco, ainda existe a possibilidade do envenenamento por outra via”, explicou Olegário.